A AMIZADE E A ÉTICA
José Johnatan
Karisson Orlando
Saulo Antonio
Jalyson Tavares
Hericles
Para
Aristóteles, a amizade é uma virtude indispensável para a produção da
felicidade. Ela é o objetivo ultimo da vida moral, aquilo que define o ápice de
uma vida corretamente vivida. Ser amigo é, sobretudo, ser ético. É amigo aquele
que realiza em si e junto dos outros a excelência moral, em desejar o bem
incondicionalmente. É uma convivência íntima, agradáve
l e benéfica, por isso
capaz de produzir felicidade.
Entendemos
que ela é uma das necessidades mais importantes do ser humano. Não se pode
viver sem amigos. Para Aristóteles, o homem é um animal político e sua natureza
é viver com os outros e, para isso é preciso conviver bem e viver bem,
significa felicidade. Nas angústias é nos amigos que encontramos o conforto e
quando estamos felizes é com os amigos que partilhamos as alegrias.
A amizade é a forma mais abrangente do amor. É um apelo e uma resposta
existencial. Este apelo vai do meu eu ao outro e do outro a mim, numa dialética
de cumplicidade que compreende sem palavras o que vai no “coração” de cada um.
Os amigos partilham a vida com suas angústias e alegrias, que assimila a
condição humana.
O ser humano para ser feliz deve viver uma vida próspera. Para isso, deve
desenvolver a sua capacidade e potencialidade, sendo a razão a responsável por
governar esse desenvolvimento. A felicidade é boa em si mesmo, ninguém deseja a
felicidade para atingir outro fim. Qualquer outra atividade ou bem é valioso
porque produz felicidade e, portanto, esses outros bens são subordinados a ela.
A virtude é o meio para o desenvolvimento da potencialidade humana e a
verdadeira amizade é uma autentica virtude. A virtude é exercício que
aperfeiçoa o homem, tornando-o capaz de agir de um modo excelente. Nesta
perspectiva, no hábito da prática das virtudes o homem pode criar um estilo de
vida próprio, o que poderia ser visto como a finalidade da ética.
A amizade
é um importante veículo para o desenvolvimento das virtudes, através dela é que
se possibilita a solidariedade e a compaixão, buscando o desenvolvimento
integral do homem, sua libertação e autonomia. Ela é a possibilidade de
atualização de um devir, cuja capacidade nunca termina de se atualizar, pois
está sempre em movimento.
Na
verdadeira amizade não há interesses, nem dominante e dominado ou superior ou
inferior. Sua principal característica é o compromisso com o outro e, por
solidarizar-se.
Um homem
deseja o bem do seu amigo por amor ao amigo, e não como um meio para a sua
felicidade. O filósofo faz referência as várias formas de amizade e essas, por
analogia, constituem todas as ilustrações da natureza social do homem. No plano
inferior, necessita de amizades úteis. Num plano mais elevado, se forma
amizades por prazer, ou seja, tem um prazer natural no convívio com os seus
amigos. Num plano ainda mais elevado, é que constitui a amizade por bondade,
por amor, na qual é possível um amigo ajudar o outro a viver uma vida melhor.
A amizade
perfeita seria aquela existente entre os homens bons e semelhantes nas
virtudes, pois, essas pessoas desejam o bem de forma igual, mutuamente. Suas
virtudes raramente mudam, assim, suas amizades são praticamente permanentes, ou
seja, são mais duradouras, pois encontram um no outro todas as qualidades que
se deseja possuir. Esses tipos de amizades são raros, assim como também são
raros homens com essa característica. Esse nível de amizade leva tempo e
possui um alto grau de intimidade e afinidade mútua.
Já,
quando as amizades são por interesse elas são mais facilmente configuradas, da
mesma forma que são facilmente dissolvidas, pois, quando acaba o interesse essa
amizade já não faz mais sentido. Nesse tipo de amizade, a afinidade e o amor,
não são elementos base que a constitui. Por exemplo, a amizade é estabelecida
porque esse amigo pode me oferecer algo que não possuo ou uma forma que eu
gostaria de ser enquanto humano, aí os interesses podem ser os mais variados,
desde interesses materiais a afetivos, esse tipo de amizade é mais frágil.
Somente a
amizade entre os bons é invulnerável as provações como, por exemplo, a calúnia,
pois, dificilmente desacreditamos de alguém cuja fidelidade da amizade foi
colocada à prova durante muito tempo, assim, a confiança permeia essa relação.
A amizade
deve ser cultivada sempre, é uma atividade permanente e, para acontecer e
manter-se, tem de ser potencializada constantemente.
Para que
ela se efetive deverá haver reciprocidade, ou seja, não é possível um ser amigo
do outro se esse outro também não for seu amigo. E é até superior a justiça,
pois quando as pessoas são amigas não é necessário a justiça, mas havendo justiça
ainda precisamos de amizade.
Ela
é fundamentada na alteridade, representa amor, compromisso, e nessa relação é
possível ver os outros em nós mesmos. Dessa forma, aquele que descobre seu
potencial racional e consegue exercitar as virtudes e a amizade de forma
verdadeira, deliberando de modo correto sobre o que é o bem ou mal para si e
para o outro, poderá gozar de uma boa dose de felicidade.
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